quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Notas do que noto ao anoitecer (de dia).

A Lua não vem. Ainda dorme, ronca e grunhi em seus sonhos. É dia, mas anoitece. O sol arrasta-se pela minha pele invadindo meus poros e dourando meus pelos. Perguntas são feitas numa espera de respostas, que assim como a lua e as estrelas (ou qualquer outra coisa pertencente à noite), negam-se teimosamente a aparecer. Talvez a hora para elas ainda não seja a certa, ou jamais os ponteiros marcarão algo assim. Eu não deveria me importar com essa suposição de desesperança, ou até fingir que não me importo, pois aí está um erro humano de grande sucesso desde, talvez, Adão e Eva: cegar os próprios olhos com colírio. Mas não sei fazer isso, não me ensinaram esses macetes que tanto agrada e tanto ajuda quem sofre com os arrebates da verdade. E a verdade é: a verdade não me agrada. Por isso, talvez, jamais aprendi a mentir. Difícil é ter o que quer… conseguir o que almeja… Não quando o certo parece errado e buscamos desesperadamente pelo errado com gosto de certo. Gosto desse gosto, mas jamais o experimentei. Isso explica por que aqui tudo escurece numa noite sem brilho.

Aqui, bem aqui dentro; pulsando e bombeando vida para o resto do meu corpo. Aqui, sangrando no escuro; caindo e debatendo-se por não conseguir enxergar, por não ter nenhum indício de luz e de sol, quando lá fora faz um calor do nordeste.

Não como metáforas, não. Mas às vezes o dia anoitece, lá para as três da tarde…

Nenhum comentário:

Postar um comentário