quarta-feira, 7 de março de 2012

Passando para deixar uns avisos:

Primeiro: estou sem computador. Segundo: passei no vestibular e estou cursando faculdade (Psicologia), então pouco me sobra tempo para tentar entrar na internet e postar alguma coisinha aqui. São tempos de estudo, muuuito estudo! Só sei fazer isso, comer e dormir. Preciso me acostumar e dar uma organizada na vida. Até qualquer dia (se é que ainda vem alguém aqui). 

Beijos!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Em dias frios.

Em dias frios, o abraço.
O absurdo.
A inerência do corpo com a solidão
O cântico triste do coração
Soando pelos ouvidos…
E olhos
E alma.

Em dias frios, o cobertor.
Que não encobre as verdades
Que pulsam e gritam
Gritante, me irritam…
Agitando
A infelicidade!

Em dias frios, apenas o frio.
Amigo íntimo e companheiro
Embala minhas tardes e noites
Mas quem dera eu fosse
Um lindo Sol
Em dias frios…

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Notas do que noto ao anoitecer (de dia).

A Lua não vem. Ainda dorme, ronca e grunhi em seus sonhos. É dia, mas anoitece. O sol arrasta-se pela minha pele invadindo meus poros e dourando meus pelos. Perguntas são feitas numa espera de respostas, que assim como a lua e as estrelas (ou qualquer outra coisa pertencente à noite), negam-se teimosamente a aparecer. Talvez a hora para elas ainda não seja a certa, ou jamais os ponteiros marcarão algo assim. Eu não deveria me importar com essa suposição de desesperança, ou até fingir que não me importo, pois aí está um erro humano de grande sucesso desde, talvez, Adão e Eva: cegar os próprios olhos com colírio. Mas não sei fazer isso, não me ensinaram esses macetes que tanto agrada e tanto ajuda quem sofre com os arrebates da verdade. E a verdade é: a verdade não me agrada. Por isso, talvez, jamais aprendi a mentir. Difícil é ter o que quer… conseguir o que almeja… Não quando o certo parece errado e buscamos desesperadamente pelo errado com gosto de certo. Gosto desse gosto, mas jamais o experimentei. Isso explica por que aqui tudo escurece numa noite sem brilho.

Aqui, bem aqui dentro; pulsando e bombeando vida para o resto do meu corpo. Aqui, sangrando no escuro; caindo e debatendo-se por não conseguir enxergar, por não ter nenhum indício de luz e de sol, quando lá fora faz um calor do nordeste.

Não como metáforas, não. Mas às vezes o dia anoitece, lá para as três da tarde…
(um passo e os olhares se cruzam)
Um olhar que cruza vidas. Duas vítimas sem escapes…

Mas quem escapa?
Quem há de ser bobo para querer escapar?

(silêncio)

Oi!

(um sorriso)

Olá!

(silêncio de novo)

Faz-me companhia numa fuga de mim?

(um par de olhos desviam-se para baixo)
(o outro permanece onde está, curioso e feliz)

Para onde quer fugir?

(mais um cruzamento de olhos)
(dois sorrisos amigos)

Para o encontro de ti.

(e seguem um caminho sem volta…)

sábado, 21 de janeiro de 2012

As estrelas também amam.

E as estrelas sendo testemunhas, já não poderão negar que aquela noite meu amor foi seu. Que o dia amanheceu e a ti ele continuou a pertencer. Ainda pertence. Ninguém poderá negar que esse nosso encontro de olhares não é tão comum como pensam, que esse silêncio imposto no gesto não cala os meus dizeres e os teus. Perguntem as estrelas os descrentes, elas sabem tudo, tudo puderam ver naquela noite de vento e lua crescente. Orgulho-me de tais espectadores, não há sentir melhor que a certeza de que nosso amor foi abençoado por tanto brilho que jorrara sobre nós. Sorri, sorri tanto que meu sorriso, talvez, fizera nascer mais uma estrela no céu; mais uma para a nossa alegria apreciar. Só tive a certeza quando ela caíra diante de mim e nos teus olhos repousaram. Lá estava ela, brilhando… Mais que qualquer outra estrela, naquele olhar que dizia-me amor. 

Pois as estrelas também amam.

O morno; dois mortos.

A boca que me beija indesejável tem gosto de cigarro tragado nessa manhã e ele disse-me que havia deixado fazia dois meses. Os olhos que me olham desinteressados têm segredos que já não sei se posso decifrá-los e não me permito a uma tentativa. Está tudo morno e o morno, por uma razão estranhíssima, me agrada. Não me aquece e nem me esfria. Não faz nada, nada sinto. Os desgastes vividos entre nós se culpam e eu os culpo; também culpo a mim e ele que por vezes seguirmos caminhos contrários nessas tentativas de acertos, mas aí erramos, voltando para o de sempre pelo medo do desconhecido. Acomodamo-nos a essa vida que já não nos traz surpresas, e enquanto uns reclamam da monotonia, nós a observamos tomar nossa vida; como dois telespectadores menos preocupados do que deveriam. Somos medrosos, desconfiados do futuro, despreparados para o que na vida há de melhor. Somos menos a cada vez que nos deixamos sermos nada um do outro. Mas vivendo desse jeito, sem sofrer e sem ser feliz, descobrimos que nem todos os mortos deixam de respirar e andar. A ciência dessa gente viva deveria nos conhecer.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

(nessas tardes que invadem meus dias, as minhas tardes e os meus dias tu deverias invadir!).

Por mais incompreensível que seja, peço-te a tua vinda bendita. Eu te disse adeus naquele dia, disse e lembro-me bem, esse dizer não me deixa esquecê-lo. Mas esqueça-o. Não vale mais nada aquelas palavras, jamais teve valor algum. Se foi mentira, foi isso, apenas mentira. Há um você em mim que jamais outro alguém irá possuí-lo, há um você em mim que é meu, e assim é adorado. Há você em meus lábios e em tudo o que eles dizem, há você em meus olhos e em tudo o que eles veem. Se nas laranjas nuvens do crepúsculo estou atenciosa, não são as nuvens que eu olho de verdade, nesses olhos meus e teus eu vejo você. Assim faz-se da Lua a mesma coisa, esta que logo chegar para reinar. Tua redonda brancura traz-me seu rosto nessa visão, e os suspiros que meus lábios criam são como qualquer outra coisa minha, são teus.

Por mais enlouquecida que eu seja, compreenda-me, até mesmo se ainda for incompreensível. Volte, até mesmo se o teu adeus foi verdadeiro ao revés do meu. Deixe que as nuvens e a Lua vivam em paz, deixe-me deixá-las ser apenas o que são; assim, quem sabe, até louca deixo de ser. Só deixe-me ter o que quero e o que é meu e o que é preciso. Deixe-me tê-lo, que mesmo já te tendo dessas formas estranhas, tua ausência ainda está presente e ecoa em meu ser.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Minha Senhora de flores nos olhos
De laços dourados nos cabelos
De quem eu quero um beijo
E vivo a sonhar…

Minha Senhora de lábios cor-de-rosa
Do canto majestoso de sereia
Aquela que um beijo me rejeita
Mas ainda vivo a sonhar…

Minha Senhora de lirismo entre os dedos
Com doces segredos entre os seios
Que ainda esconde-me um beijo
Mas jamais, jamais deixarei de sonhar!

— A Senhora do Beijo
Essas noites de surdina
Mas, ó, esses quereres destemidos
E destemida, vou realizá-los no madrugar
É que fecho os olhos, amigo
No fechar desses olhos tudo tenho e tudo vejo
Como uma bela tragédia de felicidade!…

Ind’agora, o silêncio desse quarto fez-se nascer
Num sorriso que chuva nenhum desmancha
Que saudade alguma arranha
Que abrir de olhos nenhum o envenena
Sorriso esse dado com todo o amor
Como uma bela tragédia de felicidade!…

As faces das flores bordam-me as visões
As faces serenas, bonitas e plenas
As faces de quem não teme a razão
Vamos ladeados nesses caminhos
Ainda de olhos fechados, ainda com tudo nas mãos
Como uma bela tragédia de felicidade!

— La Belle Tragédie.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Passou-se!

O meu espelho d’alma quebrou-se naquele reflexo
Naquela velha agonia de nada saber a razão
Naquele sussurro que escapou sem permissão
Em tudo que seja amar, amar, amor (que horror!)

E foi-se com o vento sem dizer adeus na partida
E foi-se como as gaivotas após o tira dado
Este mesmo qual matou o meu coração d’sesperado
Na esperança de desamar o que se ama sem fim

Lépidos foram os dias passados desse passado distante
A figura de homem que ama presente
A mulher amada como companhia inerente
Mas como disse o primeiro verso dessa estrofe: passou-se!…

[Como eu também já tentei dizer-me o tempo inteiro!]