quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Orfeu deveria saber... Mas Helena não deixa.

Deixa-o, Helena. Deixa-o saber. Que belo seria se ele finalmente soubesse, que bom seria se não fosse mais segredo isso que ele deveria saber e não sabe… Vá, mulher! Não seja tão tola assim, não ache que o certo é mentir sobre essa coisa que tu tanto esconde. Isso ainda vai te matar, Helena! Isso ainda te mata, mulher! Abra os olhos e abre os deles também, olhem-se e deixem os olhos dançarem no ritmo mais desconcertado que tiver. Teu verde é tão bonito no negror dos olhos dele, mas tu ainda permaneces com eles fechados, e ele nada os abre também. Que tola cega tu és, anda merecendo umas belas palmadas, assim como uma cachoeira de lágrimas para lavar e levar teus erros. Talvez, apenas talvez, assim aprenda que não deve temer o que não te teme, mas te acolhe e te adora, sim, essa coisa que tu esconde tão bem… Vai, deixa o Orfeu saber, diga muito, conte tudo, mas, pelo amor dos céus – dos ventos, das aves, dos homens de Deus –, não mais alimente este segredo.

Deixa, só por um pouquinho, um único segundinho, uma horinha de nada e de tudo.
Deixa, ele precisa saber por ti… Que por ti é bem amado.

Um comentário:

  1. Acho que não fui o único a viajar num romance entre o casal de copas, curti!

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