sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Das paixões.

Apaixono-me pelo falar de coisa nenhuma no farfalhar da chuva em minha janela. Apaixono-me pelo lirismo escondido em um sorriso de quem pouco conhece a felicidade. Sou fácil, tudo me tem o efeito de encanto, tudo me tem gosto de morango, e jamais provei algum! Apaixono-me pelas musas poéticas alheias, mas não conte a poeta algum o pecado da cobiça que tenho. Minha paixão é paixãozinha, até inveja pode ser também, mas é coisa leve e branca, leve e branca como um… Como um eco de felicidade dentro do peito! Saboreio olhares perdidos de pensamentos que jamais poderiam ser lidos pelas mentes de outrem. Gosto dos mistérios que emana dos outros, dos conhecidos, dos que pouco conheço, dos que desconheço totalmente. E os segredos? Ah, tão saborosos!… Mas nem os sei… Meus segredos são tão secretos como o dos outros, tanto que a mim não são revelados também.

[Mas acalme-se! Fique quieto, quietinho!
Pois aos poucos vou descobrindo-me
E assim (res)surgindo
Do mais secreto habitar dentro de mim!…]

Ainda, confesso que apaixono-me pelo desvario de um poeta que em seus simples desvarios dizem coisas grandiosas, coisas até que jamais sóbrio algum conseguiria dizer. Não digo que tento, pois não tento, mas admiro a beleza desses corações que mesmo vazios sentem muito, até tudo. Sim, confesso outra vez: estou repleta dessas paixões que me trazem nos olhos o brilho roubado de uma estrelinha do céu. Minhas paixões não são valiosas, bem acho que não, mas se me deras uma segunda chance de troca-las por algo maior, de barriga cheia saberei recusar. Dessas paixões pequeninas, pequena que sou ainda alcanço o céu.

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