domingo, 27 de novembro de 2011

Notas sobre o meu inventário.

Inventei o amor. Não o amor que rege o mundo, mas o amor que há em mim como um salvatério. Ele tem formas engraçadas, faz-me rir nas madrugadas, alegra as lágrimas que vivem nos meus olhos crus. Inventei um amor pela falta de um, inventei no desespero humano em sobreviver ao mundo que amava tudo, menos a mim!… Meu amor amanhece com a primavera em pleno verão, meu amor é a luz que respiro, é a música que penetra n’alma, é o pássaro que ama a liberdade e a liberdade o ama. Meu amor contenta-se em ter-me em todos os momentos, e contente eu fico por ser querida assim… Somos a eletrodinâmica da física. Eu a carga negativa, ele a carga positiva, e assim as nossas diferenças nos atrai. Meu amor vem de um sonho antigo, mas que jamais pude esquecer pelo sentir do calor humano que me disse contra pele um eu te amo bem levinho…

… Silêncio!…
Um breve silêncio para um olhar de Medusa, que me petrifica por inteira.

… Silêncio!…
Silêncio para observar como renasço quando teus lábios milagrosos tocam o meu.

Nossos encontros são de sol e lua, eclipse majestoso e raro. Palavras como essas que agora pego emprestada para explicar-lhe, não é necessário entre nós. É adorno barato em comparação ao que um único olhar torna-se capaz de fazer. Meu amor foi meu maior inventário, que jamais abandonei e que jamais me abandonou. Amor imaginário que tornou-me real, amor enraizado que deu-me frutos e flores. E aquilo que o tempo ama, querido, eterniza-se nele. Irei amá-lo então como o tempo…

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