Faço meu teatro de palavras, mas não quero aplausos. Essa intensa
necessidade de compreensão e preenchimento que minh’alma implora-me,
recusa toda a beleza do que bocas dizem ter a tristeza e qualquer
admiração de quem assiste ao meu espetáculo. Meu show é barato, é sim.
Pois se não há nada valioso em mim, tampouco haverá no que meus dedos
lutam para formar. Se eu minto, também falo a verdade. Se eu falo a
verdade, então lamente meu bem. Pois a fraqueza me empurra a ela, não
vou por que quero ir. Vou, pois meus devaneios já não suportam a
escravidão que lhe faço e pedem-me suas cartas de alforria. Mas não
quero dar-lhes a liberdade e ser livre também. Não quero olhos abertos
para ver, dei-me apenas um coração disposto a não sentir o que tanto
este aqui em meu peito insiste em fazer. Meu problema não é vazies, pois
tenho em mim amontoado e embaraçados, sentimentos que eu nem mesmo sei
explicar de onde vieram.
[E o que são? E quem os pôs ali?].
Mas, se isso ainda for pouco para ti, experimente então uma dose das lembranças que guardo. Se queimares a tua língua, isso é problema seu, pois o meu eu já o tenho, queimo-me todos os dias. Almejo doces maças para nascer em meu limoeiro. Almejo olhos que vejam apenas o que posso suportar. As acerbardes dessa vida quero-as longe de mim, as vergonhas passadas quero no lugar um Sol de verão iluminando o âmago do meu ser. Borde em mim, alguma alma bondosa, um sorriso de quem acredita na vida. A esperança entrelaçada em minhas mãos, a felicidade presa em meu calcanhar. Quero sentir, mas sentir as cores; o rosa, o azul e o amarelo. Quero sentir, mas sentir as flores; as violetas, as gardênias, os girassóis.
Quero sentir, mas sem ti, já não posso.
[E o que são? E quem os pôs ali?].
Mas, se isso ainda for pouco para ti, experimente então uma dose das lembranças que guardo. Se queimares a tua língua, isso é problema seu, pois o meu eu já o tenho, queimo-me todos os dias. Almejo doces maças para nascer em meu limoeiro. Almejo olhos que vejam apenas o que posso suportar. As acerbardes dessa vida quero-as longe de mim, as vergonhas passadas quero no lugar um Sol de verão iluminando o âmago do meu ser. Borde em mim, alguma alma bondosa, um sorriso de quem acredita na vida. A esperança entrelaçada em minhas mãos, a felicidade presa em meu calcanhar. Quero sentir, mas sentir as cores; o rosa, o azul e o amarelo. Quero sentir, mas sentir as flores; as violetas, as gardênias, os girassóis.
Quero sentir, mas sem ti, já não posso.
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