domingo, 18 de dezembro de 2011

Amor, amar, morte.

Um perfume sem dono que vaga num ambiente solitário. Um futuro de incertezas obscuras a cada segundo. E a densa neblina que lhe rouba a consciência se dissipa num doloroso batimento do seu coração, que sangra até a morte. Assim era ele sem ela.

Ontem eu morri; de amor desalmado. E meu corpo pediu que fosse avisado que há vagas para novas almas… Mas que sejam fortes e indolentes para suportarem o que verdadeiramente é a vida, quando se ama em nímio assim. E não adianta fugir a procura de escapes, pois o amor vai está em qualquer esquina que cruzares, ou em qualquer beco e ruela que tentares esconder-se entre sua penumbra… Ontem eu morri; brutalmente assassinado. Ainda não sei se foi pelo amor ou se foi por Ela. Mas que diferença há se a pouco descobri que eram cumplices faz tempo? Estavam juntos desde o início, cravando-me coisas pelas costas enquanto defronte me sorriam flores e davam-me poesias em beijos, todas púnicas a verdade.

Fui tonto, tão bobo e tão cego, achando que amor era belo e a sua beleza iria se eternizar. E no meio a tormenta estou eu a vagar sem direções e consciência, ébrio de tristeza e absorto na imagem da minha deusa cruel, que ri de meus passos sôfregos pelo fim. Desejo, de alguma maneira, sanar minhas dolências que gritam diante do silêncio desse breu que me cobre. Por que não possa ter uma morte quieta?… Por que essa alma não pode descansar em paz? Não sei, ó Deus, eu não sei que amor é esse que atravessa a morte, nem que mulher é essa que me faz enlouquecer quando nem mais consciência eu tenho. Não, decerto sei, mas não sei o que acontece, por que é tão forte, por que não tem fim. E quem sou eu, se mesmo morto, e mesmo traído, e mesmo estraçalhado em mil pedaços tolos, ainda persisto em amar?

Sou homem, e não cravo, mas sou como uma flor. Das que sofrem nas mãos desalmadas de quem não se importa com a dor alheia, tampouco com aquele e aquilo que parece não ter vida e sentimentos, mas tem! E deles também sofrem…

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