quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Chuvas que saem do céu, do pranto, d'alma.

Face a face com vida, e dela ainda sei pouco. Vá, quem há de saber exatamente como é suportá-la assim? Se viver realmente fosse bom, por que haveríamos de morrer a cada dia então? Mas se viver fosse realmente ruim, por que haveríamos de morrer a cada dia então? Oh, e cá me vejo preso aos dilemas. E ainda molhado, pois chove em mim faz dias, inverna aqui faz tempo. E chove no verão, não escapa o outono, tampouco a pobre primavera cheia de mimos e nhé-nhé-nhém. Mas chega de falar de estações, por que todos falam de estações? Eu não gosto delas, não funcionam em mim da maneira certa como funcionam no mundo. O problema está nelas ou o problema está em mim? Vou dar de ombros. Estou chovendo mesmo, e não há verão e o seu sol que me façam secar, não há primeira e suas flores que enflorem este oceano obscuro. Há água por todos os lados, estou inundando tudo, morrerei afogado nos próprios prantos chuvosos. Onde está meu barquinho para que eu veleje? Onde está… Oras, mas não me olhe assim com seus olhos de juiz que condena-me, não me olhe! Chovo sim, quem não chove?…

… Até para ser arco-íris precisa chover.

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