domingo, 15 de janeiro de 2012

— Ah, homem! —, dizia ela, com as mãos no peito e os olhos cobertos de mágoa. — Destrua essas mentiras que corrói os teus lábios, que apodrece a tua língua de homem que menti pelo quê não se sabe, tu sabes? Eu não sei. Tão bonito, meu menino, tão bonito que tu és. Mas tão feio, seu ingrato, mas tão feio que és. Que te fiz de mal? Fiz nada. Sempre o amei e sempre o cuidei com todo o carinho que pude te dar. Que tu fizeste? Sorriu-me zombeteiro como agora o faz. Ah! Não me olhe assim! Não me condene com esses teus olhos que me insultam de louca varrida. Este é só mais um lamento de mulher esfaqueada, esses relatos que elas espalham por aí enquanto tentam tirar a faca cravada nas pobres costas… Ah, como eu sofro! Oh, eu não mereço! Que vida ingrata é essa, meu Deus? Acuda-me! Acuda-me!

— Porra Maria, eu só te pedi um café!

(E ninguém sabia se ela era Maria Sofredora ou se era Maria Faz Sofrer. Eis a questão!).

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